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Investigadores de massacre no Afeganistão são atacados por manifestantes

Kandahar - Uma delegação do governo afegão enviada para investigar a morte de 16 civis afegãos por um soldado americano no sul do país foi atacada nesta terça-feira (13/3), horas depois de um protesto de 400 estudantes contra os Estados Unidos em Jalalabad, leste do Afeganistão.

Pelo menos uma pessoa ficou ferida no ataque. Os investigadores se viram obrigados a encurtar a visita à localidade da província de Kandahar que foi cenário do massacre de civis. "Havia um ou mais inimigos. Quando a delegação chegou, abriram fogo e feriram um policial. Há uma operação de busca em andamento", declarou o porta-voz do ministério do Interior Sediq Sediqqi. Na madrugada de domingo, um soldado americano da força internacional da Otan saiu de sua base na província de Kandahar, reduto talibã do sul do Afeganistão, e matou 16 pessoas.

No primeiro grande ato de protesto após a chacina, 400 estudantes saíram às ruas de Jalalabad, principal cidade do leste afegão. O massacre de domingo aconteceu poucas semanas depois da queima de exemplares do Alcorão por soldados americanos na base de Bagram, ao norte de Cabul, ato considerado uma blasfêmia e que desencadeou uma onda de violentas manifestações antiamericana, que deixou quase 40 mortos em todo o país.

Os manifestantes gritavam "Morte aos Estados Unidos, morte a Obama" e exigiram um julgamento público do soldado no Afeganistão. Também defenderam a jihad (guerra santa).