A possibilidade de derretimento dos reatores da usina nuclear de Fukushima foi prevista pelo governo japonês em 11 de março de 2011, pouco depois de um tsunami atingir o local. Minutas ministeriais divulgadas ontem comprovaram que as autoridades japonesas sabiam da probabilidade de um desastre, embora tenham levado mais de um mês para admitir o incidente. ;Os sistemas de refrigeração ainda em atividade são mantidos por baterias. Elas vão durar oito horas;, afirma o resumo da primeira reunião emergencial do gabinete japonês, ocorrida apenas quatro horas depois do terremoto que causou o tsunami. ;Se as temperaturas do núcleo dos reatores continuarem subindo por mais de oito horas, há a possibilidade de que um derretimento ocorra.;
Um dia depois, o governo afastou um funcionário do Ministério do Comércio que havia atuado como porta-voz oficial por ele ter citado o risco de fusão do reator. Apenas em maio, quase dois meses depois do desastre, a Tokyo Electrical Power (Tepco), operadora da usina, disse que as barras de combustível do reator pareciam ter derretido. O fato levantou suspeitas de que tanto a operadora quanto as autoridades estariam maquiando a situação, minimizando a magnitude real do acidente na usina de Fukushima Daiichi. A Tepco já admite derretimento de combustível em três dos seis reatores da central, situada a 240km da capital, Tóquio.
[FOTO1]