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Dois ataques de Israel deixam quatro pessoas mortas na Faixa de Gaza

Gaza - Dois ataques israelenses na Faixa de Gaza mataram nesta sexta-feira (9/3) quatro palestinos, incluindo o secretário-geral do movimento radical dos Comitês de Resistência Popular (CRP), indicaram fontes médicas e ativistas palestinos.

Anteriormente, projéteis haviam sido disparados a partir da Faixa de Gaza em direção a Israel sem deixar vítimas.

Um primeiro ataque israelense deixou dois mortos e uma pessoa gravemente ferida em um carro a oeste da cidade de Gaza, segundo fontes médicas palestinas.

"Nosso secretário-geral, Zuheir al-Qa;ssi, era um dos dois palestinos mortos", indicaram os CRP em um comunicado.

A segunda vítima foi identificada como Mahmud Hanani, um dos combatentes banidos da Cisjordânia em virtude de um acordo sobre o fim do cerco à Basílica da Natividade, em Belém (Cisjordânia), em 2002 pelo Exército israelense.

O porta-voz do braço armado do movimento, as Brigadas Al-Nasser Salaheddine, Abu Ataya, ameaçou Israel com uma "resposta-relâmpago".

O Exército israelense confirmou que uma aeronave havia atacado dois membros dos Comitês de Resistência Popular, na Faixa de Gaza: "um importante membro, Zuheir al-Qaissi, e um de seus colaboradores, Mahmud Hanani"

Israel indicou que o grupo atacado "fazia parte da infraestrutura terrorista utilizada para lançar ataques pela Península do Sinai e pela fronteira entre Israel e Egito".

Um novo ataque aéreo atingiu Gaza no início da noite, deixando outros dois mortos, indicaram fontes de segurança palestinas.

O Exército israelense indicou que os homens estavam prestes a disparar foguetes contra Israel.

O secretário-geral anterior dos CRP, Kamal al-Nayrab, e um chefe de seu braço armado, foram mortos no dia 19 de agosto em um ataque israelense em Rafah, seu bastião no sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o Egito.

Em 18 de agosto, homens armados passaram pela fronteira entre Israel e Egito e efetuaram vários ataques no deserto israelense de Neguev. Oito israelenses foram mortos, incluindo um soldado e um policial, e o Estado hebreu atribuiu os ataques aos CRP, que negaram.

O Hamas, que controla Gaza, impõe uma trégua com Israel, mas os combatentes de outros movimentos ainda disparam foguetes. Israel responde geralmente a esses ataques com incursões aéreas.

Os CRP reivindicaram, junto com as Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, e com o Exército do Islã, um grupo salafista, a captura de um soldado israelense na Faixa de Gaza no dia 25 de junho de 2006 .

O soldado, Gilad Shalit, foi finalmente libertado em outubro em troca de 1.027 palestinos detidos por Israel.