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Itália critica o papel da Grã-Bretanha na morte de reféns na Nigéria

Roma - O presidente italiano, Giorgio Napolitano, considerou nesta sexta-feira inexplicável o comportamento do governo britânico, que não informou ou consultou a Itália antes de lançar uma operação de resgate de dois reféns na Nigéria, que acabou na morte dos sequestrados.

De acordo com a imprensa local, Napolitano disse, à saída do Parlamento, que foi informado imediatamente do ocorrido pelo chefe do governo, Mario Monti. "O comportamento do governo britânico é efetivamente inexplicável", comentou. "Um esclarecimento é ncessário no plano plano político e diplomático", acrescentou o presidente, que se reuniu com o comitê de segurança para informar sobre o ocorrido aos ministros da Defesa, Justiça e Interior, assim como aos serviços de inteligência.

Segundo o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, os dois reféns mortos na quinta-feira na Nigéria, um italiano e um britânico, foram assassinados por seus sequestradores, pertencentes ao grupo islamita Boko Haram, que foram detidos. Jonathan condenou a morte dos dois homens, no Estado de Sokoto, destacando que "o governo nigeriano fará tudo o que estiver a seu alcance para proteger a vida dos estrangeiros no país".

Mais cedo, o chefe do governo italiano, Mario Monti, anunciou em nota que o engenheiro italiano Franco Lamolinara e o inglês Cristopher McManus, capturados no dia 12 de maio de 2011 na Nigéria, morreram durante a ação militar de resgate, depois de um telefonema do primeiro-ministro David Cameron.

É a primeira vez que islamitas do Boko Haram, que multiplicam há meses ataques e atentados sangrentos na Nigéria, são oficialmente acusados pelo sequestro. Chris McManus e Franco Lamolinara foram capturados no dia 12 de maio em Birnin Kebbi, capital do Estado de Kebbi, no extremo noroeste da Nigéria.