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ONU diz que soldado preso por ligação com o Wikileaks teve tratamento cruel

Genebra - O relator da ONU contra a Tortura acredita que o soldado americano Bradley Manning, suspeito de ter vazado documentos confidenciais ao WikiLeaks, foi submetido a um "tratamento cruel, desumano e degradante" durante os meses em que permaneceu isolado em uma prisão nos Estados Unidos, em declarações feitas nesta segunda-feira (5/3).

"Acredito que Bradley Manning foi submetido a um tratamento cruel, desumano e degradante através do isolamento excessivo e prolongado que teve nos 8 meses em que permaneceu (na base de) Quantico", antes de comparecer perante a justiça militar, disse o relator Juan Ernesto Méndez à margem da reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizada em Genebra.

Méndez indicou que estes maus tratos cessaram em abril passado, quando o soldado foi levado desta prisão do estado da Virgínia a outra do Kansas, mas que nunca recebeu uma explicação "convincente" das autoridades pelos oito meses anteriores.

"Felizmente isto terminou depois que fui transferido, mas a explicação que me dão pelos oito meses não me parece convincente", declarou.

Brladey Manning, de 24 anos, foi acusado formalmente no mês passado por um tribunal militar de "conluio com o inimigo", antes do julgamento no qual pode ser condenado à prisão perpétua.

O soldado é considerado responsável de ter transmitido ao site WikiLeaks milhares de documentos militares americanos sobre a guerra no Iraque e Afeganistão, assim como despachos diplomáticos do departamento de Estado entre novembro de 2009 e maio de 2010, enquanto estava em missão no Iraque.