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Coreia do Norte aceita suspender testes nucleares em troca de ajuda dos EUA

Seul - A Coreia do Norte aceitou nesta quarta-feira (29/02) suspender seus testes nucleares, dos lançamentos de mísseis e do enriquecimento de combustível nuclear em troca de uma ajuda alimentar americana.

O acordo com Washington, confirmado pelos Estados Unidos, representa um possível avanço nas tentativas de impedir que a Coreia do Norte prossiga com o seu programa de fabricação de armas nucleares, após a morte de seu líder Kim Jong-il, em dezembro.

A Coreia do Norte "aceitou implementar uma moratória para o lançamento de dois mísseis de longo alcance, os testes nucleares na instalação nuclear de Yongbyon, incluindo o enriquecimento de urânio", afirmou a porta-voz de departamento de Estado, Victoria Nuland.

O acordo foi concluído após diálogos bilaterais, que aconteceram na semana passada em Pequim, foram as primeira negociações desde que Kim Jon-un, filho do facelido líder, assumiu a liderança do país.

Segundo Pyongyang, Washington prometeu fornecer 240 mil toneladas de "ajuda alimentar" e estudar uma ajuda adicional posterior.

Os norte-coreanos indicaram que permitirão que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo de controle da ONU, monitore a moratória sobre o enriquecimento de urânio.

As potências ocidentais consideram que o programa de enriquecimento, divulgado pela primeira vez em novembro de 2010, pode fornecer ao Norte um caminho alternativo para a fabricação de bombas atômicas, em adição ao seu programa de plutônio de longa data.

A nação comunista indicou que os Estados Unidos se ofereceram para discutir a suspensão das sanções e o abastecimento de reatores de água leve para gerar eletricidade como uma prioridade, uma vez que as negociações sobre o desarmamento nuclear entre as seis partes forem retomadas.

As negociações de Pequim tinham por objetivo persuadir a Coreia do Norte a retornar às negociações com as seis partes, que foram abandonadas em abril de 2009.

Já a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, caracterizou a decisão norte-coreana como "um modesto primeiro passo".

"O anúncio representa um modesto primeiro passo na direção correta", declarou Clinton aos deputados americanos. "Por enquanto vamos observar o novo governo da Coreia do Norte por suas ações", acrescentou.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) imediatamente classificou o anúncio como um passo importante.

"O anúncio realizado pelos Estados Unidos sobre suas recentes conversações com a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) constitui um importante passo adiante", indicou o diretor da AIEA, Yukiya Amano, em um comunicado.

Segundo o especialista Gordon Flake, diretor da Fundação Mansfield, os "norte-coreanos aceitaram uma moratória e inspeções em troca de algo que estamos dispostos a dá-los, por isso se trata de um bom acordo para os Estados Unidos".

Pyongyang realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e acredita-se que tenha plutônio em quantidade suficiente para produzir de seis a oito armas nucleares.