Washington - O número de pobres que vivem com menos de 1,25 dólar por dia caiu a níveis recorde na América Latina no triênio 2005-2008, a 6,5% da população, a mesma tendência apresentada em todos os países em desenvolvimento, informou nesta quarta-feira o Banco Mundial. Em 2008, um total de 1,29 bilhão de pessoas, o equivalente a 22% da população em países em desenvolvimento, vivia em extrema pobreza, ou seja, com menos de 1,25 dólar por dia, a cota internacional fixada pelo Banco Mundial.
Isso representa uma queda pela metade em relação a 1990, quando o BM começou a avaliar de forma sistemática e integral a pobreza no mundo. Também significa que o primeiro objetivo de desenvolvimento do Milênio, que era reduzir a extrema pobreza à metade em relação a 1990, foi cumprida antes da data limite de 2015, segundo as estatísticas do Banco. Comparativamente, 1,94 bilhão de pessoas viviam em extrema pobreza em 1981, o que acentua o êxito desta redução da pobreza, levando-se em conta o aumento geral da população mundial.
"Esta redução geral ao longo de um ciclo trienal de seguimento se dá pela primeira vez desde que o Banco começou a contabilização da extrema pobreza", explicou o texto.
Embora o estudo, baseado em mais de 850 censos nacionais sobre a pobreza em todo o mundo, tenha sido encerrado em 2008, a crise econômica mundial que explodiu neste ano não teve a repercussão que se temia, assegurou o Banco.
"Análises mais recentes (...) revelam que, embora as crises dos alimentos e dos combustíveis, além da crise financeira ocorrida nos últimos quatros tenham provocado em alguns casos fortes impactos negativos (...), a pobreza mundial, em conjunto, seguiu caindo", explicou o texto.
Na América Latina e no Caribe, "a partir de um máximo de 14% de pessoas que viviam com menos de 1,25 dólar por dia em 1984, a taxa de pobreza alcançou seu nível mais baixo até então (6,5%) em 2008", explicou o texto.
"O número de pobres (na região) aumentou até 2002 e vem diminuindo de forma pronunciada desde então", acrescentou.