A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, exigiu nesta terça-feira (28/2) o ;cessar-fogo humanitário imediato; na Síria. O pedido foi feito durante sessão extraordinária convocada para discutir exclusivamente o agravamento da onda de violência na Síria. A reação de Navi Pillay provocou a retirada da delegação síria na ONU, chefiada pelo embaixador Faysal Khabbaz Hamui.
;Deve haver um cessar-fogo humanitário imediato para acabar com os combates e os bombardeios e permitir à ONU prestar ajuda às populações;, disse ela para um grupo no qual estavam representantes dos 47 países que integram o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.
Após a cobrança de Navi Pillay, Hamui pediu a palavra e anunciou sua retirada dos debates. ;Considerando que o verdadeiro objetivo dessa sessão é atiçar as chamas do terrorismo no meu país, a minha delegação declara a retirada desse debate estéril;, disse ele. ;[A delegação síria não reconhece a] legitimidade da sessão nem a de qualquer resolução mal-intencionada;.
O Conselho dos Direitos Humanos debate hoje a crise humanitária na Síria e pretende propor uma resolução ; sugerida pelas delegações da Turquia, do Catar, do Kuwait e da Arábia Saudita ; para adoção de um corredor humanitário destinado a ajudar as vítimas dos confrontos. Por esse corredor, a ONU e as agências humanitárias poderão ajudar as vítimas.
Navi Pillay disse que o balanço mais recente indica que 2.493 civis e 1.345 militares morreram na Síria, no período de 15 de março de 2011 a 18 janeiro de 2012. No total, a estimativa é que mais de 7,6 mil pessoas tenham morrido durante quase um ano de confrontos no país.