Adén - Vinte e seis soldados da Guarda Republicana perderam a vida em um atentado suicida cometido neste sábado na entrada do palácio presidencial de Mukalla, no sudeste do Iêmen, no mesmo dia em que Abd Rabbo Mansur Hadi prestou juramento como novo presidente do país.
O atentado foi atribuído por uma fonte militar à Al-Qaeda e afirmou que o camicase pode ser o indivíduo Mohamed al Sayari, um saudita procedente da província de Hadramut, da qual Mukalla é a capital.
Um carro-bomba explodiu na entrada do palácio presidencial, matando os militares e o motorista que o conduzia. Segundo uma fonte militar, não havia nenhuma personalidade presente no momento do atentado.
Os soldados da Guarda Republicana entraram à força no hospital Ibn Sina a procura de atendimento para seus companheiro, tirando, inclusive, alguns pacientes das camas para poder acomodá-los, segundo testemunhas.
O palácio presidencial de Mukalla é vigiado por Guardas Republicanos, um corpo de elite do exército iemenita, comandado por Ahmed Ali Abdullah Saleh, o filho do até então presidente, que cedeu o poder depois de dez meses de protestos populares.
Horas antes, Abd Rabbo Mansur Hadi prestou juramento ante o parlamento como o novo presidente do Iêmen, comprometendo-se a "preservar a unidade do país, sua independência e sua integridade territorial", segundo informou a tv pública iemenita.
Mansur Hadi, candidato único, foi eleito com mais de 99% dos votos, substituindo Saleh, que ficou no poder depois de 33 anos, dentro de um acordo para a transição política elaborado pelas monarquias árabes do Golfo.
Após prestar juramento, o novo presidente se dirigiu aos iemenitas prometendo abrir o diálogo com todas as forças políticas, restabelecer a segurança "sem a qual é impossível qualquer desenvolvimento econômico e prosseguir com o combate à Al-Qaeda".
Convidou a todos os cidadãos a "começar um novo capítulo para construir um Iêmen que integre todo mundo".
Hadi, eleito interinamente por dois anos, tomará posse oficialmente na segunda-feira. Depois receberá o poder de Saleh.
O ex-presidente voltou a Saná neste sábado procedente dos Estados Unidos, onde recebe cuidados médicos, informaram fontes políticas.
Por outro lado, na cidade de Aden, dois soldados morreram e três pessoas ficaram feridas num tiroteio durante o desmantelamento de um acampamento de autonomistas sulistas, segundo balanço de fontes médicas.
Unidades do exército lançaram um ataque contra os ocupantes do acampamento montado por sulistas na Praça dos Mártires no bairro central de Mansura, segundo um correspondente da AFP.
Aden é o epicentro de manifestações de militantes que querem a autonomia e, inclusive, a independência do Sul do Iêmen, que era um Estado independente antes de 1990.
Estes autonomistas perturbaram seriamente na terça-feira a eleição presidencial antecipada.