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Atentados atribuídos à Al-Qaeda deixam 42 mortos no Iraque

Bagdá - Ao menos 42 pessoas morreram nesta quinta-feira no Iraque em uma nova onda de violência atribuída à Al-Qaeda, a qual o presidente do Parlamento denunciou como uma tentativa de prejudicar a cúpula da Liga Árabe prevista para ocorrer dentro de um mês em Bagdá.

Mais de 250 pessoas ficaram feridas nesses atentados. Foram 16 carros-bombas, oito explosivos, quatro ataques de homens armados e disparos de morteiros.

No total, seis províncias foram afetadas: Bagdá, Salahedin (norte), Diyala (centro), Babilônia (centro), Nínive (norte) e Kirkuk (norte).

Segundo o Ministério do Interior, os ataques levam a assinatura da Al-Qaeda.

"A Al-Qaeda está tentando enviar mensagens a seus simpatizantes de que continua operando no território iraquiano, e que tem a capacidade da atacar a capital e outras cidades", afirma um comunicado do ministério do Interior.

O presidente do Parlamento, Usama al Nujaifi, condenou os atentados e disse que eles têm por objetivo "atiçar os conflitos entre os filhos do Iraque e fazer a cúpula árabe fracassar".

No dia 29 de março, o Iraque receberá uma reunião de cúpula árabe, a primeira desde a onda revolucionária que varreu a região e que segue extremamente violenta na Síria, marcando assim o retorno do país ao cenário político árabe.

A cúpula está prevista para ocorrer na "zona verde", o setor mais protegido de Bagdá. Será também a primeira cúpula árabe na capital iraquiana desde 1990, e a primeira grande reunião diplomática no Iraque desde a retirada das últimas tropas americanas de seu território em dezembro.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, apoiou a participação da Síria, apesar de a Liga Árabe ter excluído o país de seus trabalhos em resposta à repressão exercida pelo regime de Damasco contra o movimento opositor.

Este é o dia mais violento no país desde 14 de janeiro, quando um atentado suicida contra peregrinos xiitas deixou pelo menos 53 mortos na região de Basra (sul).

A série de atentados desta quinta-feira parece ter como alvos as forças de segurança. Alguns ocorreram no bairro xiita de Kazimiya em Bagdá ou nas províncias de maioria sunita de Salahedin e Nínive.

O balanço mais elevado de mortos ocorreu em Bagdá, com ao menos 22 vítimas fatais e 69 feridos.

O Ministério do Interior afirmou que na capital houve vários carros-bomba, dois ataques de homens armados contra postos de controle da polícia e ao menos seis bombas.

A embaixada americana no Iraque condenou em um comunicado "atos de violência odiosa", que qualificou de "esforço desesperado por minar a sociedade iraquiana e suas instituições".