Monterrei - Um grupo de 30 presos fugiu do presídio de Apodaca (norte), na cidade de Monterrey, do estado mexicano de Nuevo León, durante o conflito registrado no domingo (19/2) que deixou 44 prisioneiros mortos, disse nesta segunda-feira (20/2) o governo deste distrito.
"Em meio à briga e à desordem provocadas no interior do presídio, um grupo de 30 presos conseguiu escapar das celas", disse durante uma coletiva de imprensa o governador de Nuevo León, Rodrigo Medina.
Dos réus que conseguiram escapar durante o confronto, que deixou um saldo de 44 mortos, 25 cumpriam penas por crimes federais e os outros cinco de direito comum, detalhou o governador.
Medina divulgou à imprensa os nomes e as fotos dos presos que fugiram pelos quais o governo de Nuevo León oferece uma recompensa de até 10 milhões de pesos (cerca de 775 mil dólares) por informação que conduza a sua localização e captura.
O governador explicou que não se descarta que a fuga dos réus tenha contado com a "cumplicidade de autoridades penitenciárias", razão pela qual anunciou que quatro diretores da prisão e 18 guardas foram afastados de seus cargos, "e todos se encontram sujeitos à investigação".
As autoridades afirmaram na tarde de domingo que a briga pode ter começado como uma forma de "distração" para facilitar a fuga de prisioneiros, mas tampouco se descarta que seja resultado das rivalidades entre presos dos cartéis do Golfo e dos Zetas, que travam uma sangrenta disputa desde 2010.
Este é o segundo incidente envolvendo confrontos em presídios ocorrido nos últimos meses em Monterrey, depois que no dia 13 de outubro sete internos morreram e outros 12 ficaram feridos após uma briga entre grupos rivais na prisão de Cadereyta.
No entanto, a tragédia de Apodoca pode ter um dos maiores registros de mortes em uma penitenciária, depois que no início de janeiro 31 presos morreram e 13 ficaram feridos em uma briga na prisão de Altamira, no estado de Tamaulipas, norte do México.
No dia 15 de outubro do ano passado, também em Tamaulipas, 20 pessoas morreram em outra penitenciária e, apenas dois dias antes, em Monterrey foram registradas outras sete mortes.
Monterrey, terceira maior cidade do México, com quatro milhões de habitantes em sua região metropolitana e sede de empresas multinacionais, é uma das cidades mais assoladas pelos conflitos entre cartéis.