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Irã anuncia redução da exportação de petróleo para a França e o Reino Unido

O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou neste domingo (19/2) a redução na venda de petróleo para a França e o Reino Unido. A decisão já passa a valer, segundo as autoridades iranianas. O ministro do Departamento de Relações Públicas, Ali Reza Rahbar, lembrou que no começo deste mês o ministro do Petróleo, Nikzad Rostam Qasemi, havia comunicado a decisão.

Rahbar disse ainda que a decisão não afetará negativamente a economia do Irã. "Nós temos nossos próprios clientes e empresas britânicas e francesas podem ser substituídas por outras empresas", disse ele, ressaltando que as exportações de petróleo para a Europa representam 18% do total de vendas do Irã.

No último dia 16, o diretor do Departamento Europa do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hassan Tajik, disse que, por ;razões humanitárias;, o governo iraniano não suspenderá imediatamente a venda de petróleo para seis países europeus. Ele se referiu aos impactos do rigoroso inverno na Europa que registra baixas temperaturas. A ideia é que a medida passe a valer a partir de julho.

Na semana passada, as autoridades iranianas convocaram separadamente os embaixadores em Teerã de seis países europeus: França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Holanda. Segundo a televisão estatal, esses países foram informados da intenção do governo iraniano de rever a venda de petróleo a eles.

Após a divulgação da decisão do governo iraniano, o preço do barril do petróleo sofreu um leve aumento, reforçando as preocupações sobre o fornecimento de energia aos europeus, apesar da garantia da Arábia Saudita, primeiro exportador mundial, de compensar a redução das exportações iranianas.

Segundo país produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o Irã vende pouco mais de 20% de sua produção (cerca de 600 mil barris por dia) para a União Europeia, especialmente Itália, Espanha e Grécia. A reação é uma resposta à pressão dos europeus para aumentar as sanções ao Irã devido ao programa nuclear desenvolvido no país.