Peshawar - Pelo menos 26 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um atentado suicida praticado nesta sexta-feira perto de uma mesquita xiita no noroeste do Paquistão, informaram as autoridades locais.
O terrorista suicida, que chegou de moto, provocou a explosão em um mercado de Parachinar, próximo à mesquita, na principal cidade do distrito tribal de Kurram, disseram as fontes.
Kurram é, com frequência, alvo de ataques dos insurgentes talibãs aliados da Al-Qaeda e palco de conflitos entre a maioria sunita e a minoria xiita.
O atentado foi realizado perto da mesquita xiita no momento das orações de sexta-feira. Trata-se do mais grave atentado realizado no Paquistão desde o dia 10 de janeiro, quando uma bomba matou 35 pessoas no distrito de Khyber.
O atentado foi reivindicado por telefone por um pequeno grupo de insurgentes criado a partir de uma divisão no Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), principal movimento rebelde, que se aliou à Al-Qaeda em 2007.
"Nós enviamos esse militante após os ataques contra sunitas feitos pelas tribos xiitas na região", declarou Fazal Saeed, porta-voz do pequeno grupo, o Movimento Islâmico dos Talibãs. Ele afirmou que seus homens tinham capturado na semana passada um homem que se preparava para esconder uma bomba em um posto de combustíveis frequentado por sunitas. "Nós nos vingamos", acrescentou o porta-voz.
O Paquistão é assolado por uma onda de atentados - suicidas em sua maioria - realizados pelos talibãs, que criticam Islamabad por sua aliança com os Estados Unidos em sua "guerra contra o terrorismo" iniciada no fim de 2001.
Em quatro anos e meio, cerca de 5.000 pessoas morreram em mais de 500 atentados no país.
As zonas tribais paquistanesas situadas na fronteira afegã são o bastião principal dos talibãs locais, o principal santuário da rede Al-Qaeda e base de retaguarda dos talibãs afegãos.
Desde o final da década de 1980, mais de 4.000 pessoas morreram no Paquistão apenas em atos de violência entre as duas principais correntes do Islã, que em sua maioria são xiitas.
O atentado desta sexta-feira acontece no momento em que as autoridades anunciaram que as Forças Armadas paquistanesas tinham matado 17 talibãs durante um ataque no noroeste do país. Um soldado e três milicianos também morreram em ação.
O Exército paquistanês e uma milícia local apoiada pelo governo lançaram uma operação comum contra os talibãs na zona de Khyber, na fronteira com Afeganistão.