Beirute - Membros da oposição síria defenderam um boicote ao referendo previsto para 26 de fevereiro sobre uma nova Constituição, pois consideram que o texto mantém o mesmo espírito da atual lei fundamental e concede ao presidente prerrogativas absolutas.
"O projeto de Constituição consagra em seu prólogo e em alguns artigos o espírito do texto atual. O regime brinca com a vontade dos sírios porque não existem as condições necessárias para a convocação do referendo. Aqueles que elaboraram o projeto não são legítimos", afirmam em um comunicado os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que coordenam os protestos. "Os LCC pedem ao povo que rejeite e boicote o pretendido referendo e insista na realização dos objetivos de nossa revolução, de fazer cair este regime", acrescenta, a respeito do presidente Bashar al-Assad.
[SAIBAMAIS]Assad anunciou na quarta-feira um referendo para 26 de fevereiro sobre uma nova Constituição, com base no pluralismo e suprimindo qualquer referência ao partido Baath, que governa a Síria há quase 50 anos. O fim da supremacia do Baath era uma exigência da oposição, que também deseja a renúncia de Assad.
Segundo o novo texto, o presidente ainda terá a prerrogativa de nomear o primeiro-ministro e membros do governo. A oposição exige que o posto seja ocupado por uma pessoa da maioria parlamentar.
No campo diplomático, a China anunciou nesta quarta-feira que enviará o vice-ministro das Relações Exteriores, Zhai Jun, à Síria.