A tensão entre as potências ocidentais, Israel e o Irã está prestes a chegar ao extremo. O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou ontem que, ;nos próximos dias, o mundo testemunhará um anúncio dos mais importantes e o maior dos avanços nucleares; do país. Como a declaração se resumiu a esses termos vagos e provocantes, não é possível saber a que, exatamente, Ahmadinejad se referiu ; as hipóteses vão de significativas aplicações civis à revelação de que o país poderia desenvolver uma arma atômica. Nas últimas semanas, o país tem sido alvo de sanções internacionais cada vez mais severas, com a finalidade de aumentar a pressão para que Teerã restrinja ou abandone seu programa nuclear, sob suspeita de produção de armas. A declaração, feita no aniversário de 33 anos da Revolução Islâmica, intensifica os temores de que Israel programe um ataque surpresa ao Irã para evitar que o país vire uma potência atômica.
Fontes iranianas disseram que um dos avanços seria a fabricação de barras de combustível para o reator de pesquisa nuclear do país, para justificar o enriquecimento de urânio a 20% ; com 90%, o elemento é usado na produção de uma bomba atômica. No fim de janeiro, inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) fizeram uma visita a Teerã para vistoriar o programa. Para surpresa da comunidade internacional, Ahmadinejad aceitou uma extensão da missão. A entidade marcou uma nova viagem ao país em 21 e 22 próximos ; embora, com o anúncio de novos avanços nucleares, haja incertezas sobre os rumos da visita. O governo iraniano sempre negou que o programa nuclear tenha fins militares. Ainda assim, Ahmadinejad afirmou que ;jamais desistiria; do projeto.
Potências ocidentais aprovaram recentemente severas sanções ao Irã, depois de várias tentativas fracassadas de negociação para uma maior transparência do projeto. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que está ;em sintonia; com o governo israelense. Embora ele tenha ressaltado que pretende resolver a questão com diplomacia, não descartou um possível ataque e disse que os Estados Unidos têm um planejamento amplo de ;todas; as opções. ;Estamos preparados para qualquer situação;, disse. As autoridades norte-americanas também temem que Israel programe uma ação militar. Na última semana, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que Israel pode atacar o Irã entre abril e junho.
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