Nova York - O chanceler argentino Héctor Timerman denunciou nesta sexta-feira (10/02) a Grã-Bretanha ante a ONU pela militarização do Atlântico Sul, depois da decisão de Londres de enviar um moderno destróier às Ilhas Malvinas, cuja soberania é disputada pelos dois países.
"Vim às Nações Unidas para fazer uma denúncia contra a Grã-Bretanha pela militarização do Atlântico Sul", afirmou Timerman, depois de reunir-se, em Nova York, com o secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon, a quem entregou uma cópia da carta de denúncia que enviará mais tarde ao presidente do Conselho de Segurança.
"A Grã-Bretanha é, neste momento, a potência militar mais importante que existe nessa zona e recolhi dados a respeito de temas nucleares e armas nucleares", acrescentou o chanceler argentino à imprensa.
O Reino Unido, por sua vez, voltou a negar que esteja militarizando o Atlântico Sul e insistiu que qualquer ação na ONU é assunto da Argentina.
"Não estamos militarizando o Atlântico Sul", afirmou um porta-voz do ministério britânico das Relações Exteriores, depois de indagado sobre as declarações do secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que criticou o Reino Unido pelo "tom belicista" dado em sua disputa com a Argentina.
A respeito da denúncia ante as Nações Unidas, o porta-voz inglês indicou que "a ação da ONU é um assunto para a Argentina".
"O tema das Falklands já é discutido anualmente no C24 (Comitê Especial de Descolonização da ONU). O Reino Unido não tem dúvidas sobre sua soberania nas Falklands, e o princípio de autodeterminação, como está estabelecido na Carta da ONU, mantém nossa posição", acrescentou.