BUENOS AIRES - A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta terça-feira que seu governo apresentará um protesto na ONU devido à "militarização" do Atlântico sul por parte da Grã-Bretanha, após a decisão de Londres de enviar um moderno destroyer para as Ilhas Malvinas.
"Vamos apresentar um protesto no Conselho de Segurança da ONU por essa nova militarização do Atlântico sul, que envolve um grave risco para a segurança internacional", disse a presidente em um ato na Casa Rosada (governo) diante de líderes opositores, veteranos da guerra das Malvinas e órgãos humanitários.
A presidente afirmou que as Malvinas "são uma causa regional porque estão militarizando o Atlântico sul mais uma vez" e sustentou que "não podemos interpretar de nenhuma outra maneira o envio de um moderno e imenso destroyer, acompanhado do herdeiro real (príncipe William), o qual gostaríamos de ver em roupas de civil".
Kirchner convocou a oposição e setores sociais quando ocorre uma escalada da tensão entre Argentina e Grã-Bretanha após a chegada às Malvinas do príncipe William para uma missão como piloto da Força Aérea, que a Argentina qualificou de "provocação", e do anúncio de Londres que enviará um moderno destroyer, o "HMS Dauntless".
"As Malvinas deixaram de ser uma causa dos argentinos, para se transformar em uma causa latino-americana e global", disse a presidente em um ato a menos de dois meses de se completar o 30; aniversário da guerra pela posse do arquipélago austral entre Argentina e Grã-Bretanha.
A maioria dos países latino-americanos expressaram seu apoio ao pedido de soberania da Argentina nas Malvinas, sob controle da Grã-Bretanha desde 1833.