HAVANA - Cuba classificou nesta terça-feira de "desacertadas" as declarações da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, sobre a situação dos direitos humanos na ilha e reiterou que não reconhece na União Europeia uma "autoridade moral nem política" para criticar o país caribenho nesta questão.
"Rejeitamos categoricamente essas declarações, que constituem uma nova ingerência nos assuntos internos de Cuba. A Sra. Ashton se imiscui em temas que competem apenas aos cubanos", disse o diretor encarregado da Europa na chancelaria cubana, Elio Rodríguez, em um comunicado enviado à imprensa.
"Reiteramos à União Europeia (UE) que Cuba não reconhece autoridade moral nem política alguma para criticar a ilha em matéria de direitos humanos", acrescentou Rodríguez, depois de classificar as declarações de Ashton de "desacertadas".
Ashton declarou no sábado à imprensa brasileira que "a recente onda de prisões temporárias de manifestantes pacíficos é alvo de preocupação para a UE" e que os cubanos precisam avançar para "um respeito total aos direitos civis e políticos da população, incluindo a liberdade de expressão".
Rodríguez disse que a UE deve "se preocupar com os graves problemas que a afetam, como a crise do euro, a política anti-imigrantes, a violenta repressão aos manifestantes e a crescente exclusão social de seus desempregados e dos setores desfavorecidos".
A União Europeia retomou em 2008 o diálogo político com Cuba, que atravessa um processo de reformas para tornar eficiente o esgotado modelo econômico centralizado, de cunho soviético, que seguiu durante meio século.