O Reino Unido tenta extraditar Qatada, cujo verdadeiro nome é Omar Orthman, desde 2005, mas a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) de Estrasburgo (França) bloqueou em janeiro passado o envio à Jordânia deste ex-suposto parceiro de Bin Laden por considerar que algumas provas apresentadas contra ele durante o julgamento foram obtidas por meio de tortura.
Após o veredicto europeu, Qatada, de 51 anos, recorreu à Comissão Especial de Apelações sobre Imigração (SIAC) para ser libertado da prisão de Long Lartin, no centro da Inglaterra.
Seu advogado, Edward Fitzgerald, declarou na audiência desta segunda-feira que sua detenção "durou tempo demais para ser razoável ou legal".
"Independentemente do risco de fuga, independentemente do risco de que cometa novos crimes, chega um ponto no qual (a detenção) é muito longa".
O juiz John Mitting, que presidiu a audiência, disse que Qatada deve ser libertado sob "condições altamente prescritivas".
Qatada já havia sido posto em liberdade condicional durante vários meses em 2008, quando era proibido de sair de sua casa por mais de duas horas diárias ou de ir a uma mesquita, e precisava utilizar permanentemente uma pulseira eletrônica.
O clérigo radical jordaniano chegou ao Reino Unido em 1993 e obteve o status de refugiado político um ano mais tarde. Em 2002, foi detido pela primeira vez e em 2005 foi preso. A justiça jordaniana o condenou em duas ocasiões, em 1998 e 2000, a um total de 15 anos de trabalhos forçados por "atividades terroristas e vínculos com a Al-Qaeda".