Os combates entre dissidentes e o Exército regular travados neste domingo em Ain Tarma, a cerca de 4 km de Damasco, e em Kafar Batna, na mesma região, são os mais violentos e os mais próximos de Damasco desde o início da revolta em meados de março, indicou à AFP o chefe do Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane. Os blindados que entraram em Kafar Batna são ultra-modernos, acrescentou, indicando que "o regime se prepara para combates maiores na província de Damasco".
O comandante Noueimi disse também que houve uma "onda de deserções no Exército regular". Segundo ele, 50 militares e oficiais desertaram no sábado em Rastane e na província de Homs (centro), e a maior parte deles se juntou ao Exército Sírio Livre, que reivindica 40.000 combatentes.Ele acrescentou que o regime havia lançado "nas últimas 24 horas uma ofensiva sem precedentes, utilizando artilharia pesada" contra as cidades da província de Damasco, em particular Qalamoun, Rankous, Ghouta e em Hama (centro).
Noueimi acusou o regime de realizar "uma campanha punitiva" contra a cidade rebelde de Hama (centro), onde as forças de segurança atacam "violentamente civis e crianças". "O regime manteve a repressão, ignorando a presença dos observadores e acho que a onda de repressão vai aumentar com a suspensão dessa missão" no sábado, afirmou Noueimi.
A cidade de Rankous "foi atacada nos últimos cinco dias por artilharia pesada. O Exército está mobilizado em torno da cidade. Na região onde estou, mas de 25 construções foram destruídas", indicou à AFP por telefone o militante Abu Ali Rankoussi."A situação está calma hoje em Hama, mas atiradores escondidos estão posicionados sobre os tetos de várias casas", indicou Mohammad Abu al-Kheir, outro militante contatado por telefone pela AFP.
"As forças de segurança jogam nas ruas corpos com as mãos atadas para trás. Seis corpos foram encontrados no bairro de Bab Qibli e outros dez, no de Al-Arbaiin", acrescentou. "Corpos são jogados todos os dias (nas ruas) para aterrorizar os moradores", acrescentou. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), violentos combates opunham neste domingo desertores às forças governamentais em várias regiões, deixando pelo menos três mortos entre os civis.
Essas informações não podem ser confirmadas por fontes independentes em razão das restrições impostas pelas autoridades à imprensa estrangeira na Síria, onde uma revolta contra o regime é reprimida violentamente há mais de dez meses.