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Pré-candidatos republicanos à Casa Branca voltam a se enfrentar na Flórida

Miami - Os quatro pré-candidatos republicanos à Casa Branca voltarão a se enfrentar em um debate nesta segunda-feira (23) em Tampa, centro da Flórida, um estado transformado em campo de batalha das primárias depois que o antes favorito Mitt Romney perdeu no sábado para o conservador Newt Gingrich.

O triunfo arrasador de Gingrich na Carolina do Sul neste fim de semana reaqueceu a disputa pela indicação republicana para enfrentar, nas eleições de 6 de novembro, o presidente democrata Barack Obama, que busca a reeleição.

A inesperada vitória de Gingrich na Carolina do Sul prolongou as primárias e fez com que a primária na Flórida, dia 31 de janeiro, seja crucial, pelo seu grande número de delegados.

Os quatro pré-candidatos confirmaram no último minuto o comparecimento a outro debate televisionado nesta segunda-feira à noite, cuja existência era incerta até sexta-feira porque Romney e Ron Paul não tinham informado se estariam presentes.

Mas, tendo em vista a campanha, na qual o favorito Romney foi esmagado por uma vantagem de 12,1 pontos percentuais por Gingrich, todos os pré-candidatos voltarão a se enfrentar na Universidade do Sul da Flórida em Tampa, em um debate patrocinado pelo jornal The Tampa Bay Times e pela rede NBC News.

Restando uma semana para a primária da Flórida, os candidatos presidenciais viajarão pelo estado, cativando o voto latino - majoritariamente cubano, porto-riquenho e nicaraguense neste estado-, e voltarão a se enfrentar na quinta-feira em um debate promovido pela rede CNN em Jacksonville, norte da Flórida.

"A Flórida é um estado para continuar ou sair", disse Sid Dinerstein, presidente do Partido Republicano no rico município de Palm Beach, no nordeste de Miami.

Esta "é uma oportunidade muito boa, pois depois da corrida na Flórida estão praticamente terminadas" as primárias, acrescentou.

Neste estado de pouco mais de 19 milhões de habitantes, estão registrados mais de 4 milhões de republicanos para votar nas primárias deste ano, segundo informou um porta-voz do partido.

Até domingo mais de 227 mil pessoas já tinham declarado seu voto antecipadamente para a primária na Flórida, disse Brian Hughes, porta-voz do Partido Republicano desse estado.

No debate desta segunda-feira, Romney se focará na economia para poder se recuperar politicamente do golpe da semana passada, em que seu ex-rival Rick Perry renunciou à corrida na quinta-feira e deu seu apoio a Gingrich, tirando qualquer possibilidade de Romney atrair na Carolina do Sul o eleitorado mais conservador, que é maioria nos estados do sudeste americano.

"Não foi uma grande semana para mim", reconheceu Romney no canal Fox News, depois de ter chegado na Carolina do Sul como grande favorito.

No momento, o ultraconservador, o ex-senador Rick Santorum, o moderado ex-governador de Massachusetts, Romney e o conservador ex-presidente da Câmara de Deputados Gingrich são os três pré-candidatos que se mantêm na disputa depois de terem vencido uma primária cada um: Iowa o primeiro, New Hampshire o segundo e Carolina do Sul o terceiro.

O libertário Ron Paul, um homem oposto por completo à regulação do Estado federal, está em último nas pesquisas.

Segundo as últimas pesquisas, pode haver qualquer resultado na Flórida, onde até duas semanas Romney tinha 40% do apoio. Nesta segunda-feira duas pesquisas divulgadas pelo Real Clear Politics e o relatório Rasmussen Reports o colocam em segundo lugar 9 pontos percentuais abaixo de Gingrich.

"Acredito que o voto antecipado (na Flórida) provavelmente ajude Romney", disse na sexta-feira, a professora de Ciências Políticas da Universidade da Flórida Susan MacManus.

Cedendo à pressão de seus adversários e vários dias depois de uma grande polêmica, o multimilionário ex-governador de Massachusetts prometeu publicar na terça-feira sua declaração de impostos do último período.

"Sei que as pessoas buscarão algo e encontrarão, mas nós pagamos todos os impostos justos e estou certo de que as pessoas verão que é uma quantidade considerável", disse à Fox News.

Gingrich está agora centrado em atacar Obama, a quem apresenta como um extremista perigoso cujo primeiro governo foi um "desastre".

"A derrota de Barack Obama tem que ser a missão número um do Partido Republicano", afirmou no programa de NBC "Meet the Press", em que acrescentou que os republicanos precisam de um candidato "suficientemente forte e suficientemente duro" para assumir a presidência.