Segundo o porta-voz da polícia, Mohammed Barau, seis suspeitos foram detidos. A cidade de Tafawa Balewa está situada na linha de divisão entre o norte, majoritariamente muçulmano, e o sul, cristão. Em 2011, confrontos sectários deixaram pelo menos 35 mortos, com mesquitas e casas queimadas.
Ontem, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, visitou a cidade de Kano, alvo de ataques coordenados promovidos pelo grupo radical islâmico Boko Haram, na noite de sexta-feira. De acordo com o jornal local Leadership, o número de mortos pode chegar a 215. ;Um ataque terrorista contra uma pessoa é um ataque contra todos nós;, afirmou Jonathan, enquanto inspecionava os locais atingidos, principalmente postos policiais e serviços de imigração. Após se reunir com o líder muçulmano da cidade, o emir Ado Bayero, o presidente prometeu ampliar a segurança nacional.
Toque de recolher
Com a situação mais calma, as autoridades decidiram reduzir o toque de recolher, decretado logo após os ataques. Desde ontem, a restrição vale do início da noite ao amanhecer. Mas as ruas da cidade seguiram amplamente desertas ontem de manhã. Muitos policiais e militares estavam mobilizados nas praças estratégicas e em postos de controle instalados nas principais avenidas.
Horas após o ataque, um porta-voz do grupo islamita Boko Haram reivindicou a autoria, a um jornal local, explicando que o grupo agira em represálias às negativas do governo de libertar membros da organização que estão presos.
Os governos da Alemanha, do Reino Unido e da França condenaram firmemente esses ataques. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também repudiou os atentados, dizendo-se ;horrorizado; com a onda de violência. ; (Ban) condena, nos termos mais enérgicos, os ataques coordenados ocorridos na cidade de Kano, causando muitas mortes e destruição;, afirmou Martin Nesirky, porta-voz da ONU, em comunicado.
O Boko Haram (grupo cujo nome significa ;A educação ocidental é um pecado;) reivindicou diversos ataques, incluindo o atentado suicida cometido em agosto de 2011 contra a sede da ONU em Abuya, que deixou 25 mortos. Recentemente, a organização também assumiu a autoria de uma série de atentados contra igrejas cristãs, como o cometido no Natal, com um saldo de 49 mortos.