Túnis - Milhares de tunisianos se reuniram neste sábado (14) na emblemática Avenida Burguiba, na Tunísia, para festejar o primeiro aniversário da queda de Ben Ali, enquanto acontecia próximo dali uma cerimônia oficial na presença de dirigentes árabes.
Gritando "Boa viagem Ben Ali" ou "Fora", milhares de pessoas se concentraram pela manhã na grande avenida da capital para celebrar o primeiro aniversário da "revolução da dignidade".
Um dos manifestantes se disfarçou com uma máscara do ex-presidente, correntes e com o traje típico saudita (Ben Ali está refugiado na Arábia Saudita), acompanhado por uma marionete que representa Leila, a ex-primeira dama.
Um grupo de jovens desfilava com a bandeira negra dos salafistas gritando "Tunísia islâmica".
Durante todo o dia, manifestantes cantaram, gritaram refrões ou simplesmente passaram pela avenida, alguns envoltos na bandeira do país. Tudo em um ambiente festivo, apesar de ser também um espaço de reivindicações.
"Trabalho, liberdade e dignidade", "O trabalho é um direito", "Tunisianos de pé" e "Vamos continuar a batalha" foram os refrões repetidos pelos manifestantes.
"Fizemos a revolução contra a ditadura para impor nosso direito a uma vida digna e não para ajudar alguns oportunistas a conseguir suas ambições políticas", disse indignado Salem Zituni, de 33 anos.
O ministério do Interior, símbolo do regime deposto, onde começou há um ano a última manifestação antes da fuga de Ben Ali, foi isolado para evitar a passagem das pessoas.
Muito mais sóbria foi a cerimônia oficial, no Palácio de Congressos, a cerca de cem metros da Avenida Burguiba, em que estavam presentes o emir do Qatar, o cheque Hamad ben Khalifa al Thani; o presidente argelino Abdelaziz Buteflika e o presidente do Congresso Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafá Abdeljalil.
No começo da cerimônia, o presidente tunisiano Moncef Marzuki afirmou que seu país continuará sua "marcha para a liberdade" e disse que o dia 14 de janeiro marca "o final de um período sombrio, de um regime autoritário e corrupto".