Lisboa - A missão de observadores enviados à Síria pela Liga Árabe "continua sendo útil", avaliou nesta terça-feira, em Lisboa, o presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal movimento de oposição ao regime de Bashar al Assad, embora tenha considerado que deveria desembocar na aplicação do plano da Liga.
"Consideramos que esta missão continua sendo útil, mesmo se não terminar com a aplicação do plano árabe. Continua sendo útil política, moral e psicologicamente", declarou o encarregado do CNS, Burhan Ghaliun, após entrevista com o ministro português das Relações Exteriores, Paulo Portas.
"Mesmo que a Liga Árabe não tenha muitas ilusões sobre a capacidade do regime sírio para satisfazer seus compromissos. Mas pensamos que é preciso passar por esta etapa para revelar a realidade da situação e aportar uma prova do que acontece na Síria é uma revolução da população pacífica que pede ao governo que responda às aspirações de liberdade", explicou Ghaliun.
Em Damasco, os militantes que pedem mais democracia denunciaram nesta terça-feira a "falta de profissionalismo" dos observadores da Liga Árabe enviados à Síria para tentar fazer cessar a violência. O secretário geral da Liga Árabe admitiu que os disparos contra os manifestantes continuavam.
O ministro francês de Relações Exteriores, Alain Juppé, que deve chegar na quarta-feira a Lisboa, avaliou que "as condições nas quais esta missão dos observadores se desenvolve merecem ser esclarecidas".