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Oposição birmanesa se diz decepcionada com anúncio de anistia coletiva

Yangun - Os militantes políticos e opositores birmaneses não esconderam a decepção com o anúncio de uma anistia coletiva que não apresenta informações sobre a tão esperada libertação dos prisioneiros de consciência.

Um número não divulgado de presos deveria deixar as penitenciárias um dia depois da publicação de uma ordem do presidente Thein Sein na segunda-feira, destinada a celebrar o 64; aniversário da independência de Mianmar, em 4 de janeiro.

Mas na ordem não foram mencionados os advogados, jornalistas, monges e outros opositores que foram enviados para celas insalubres do país. Os países ocidentais pedem as libertações destas pessoas.

Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido da líder opositora Aung San Suu Kyi, disse não saber se os membros da Liga serão liberados.

"Nós esperávamos uma verdadeira anistia", admitiu.

Segundo a decisão divulgada segunda-feira, a pena de morte será comutada para prisão perpétua. As penas de mais de 30 anos são reduzidas a 30 anos, as de entre 20 e 30 anos a 20 e todas as penas inferiores a 20 anos são reduzidas em 25%.

Mas os dissidentes condenados a dezenas de anos de prisão após o fracasso da revolta estudantil de 1988 não serão incluídos.

"Nem sequer é uma anistia, é muito frustrante", declarou Aung Jaing Min, da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos.