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Irã testa novos mísseis no Estreito de Ormuz

TEERÃ - O Irã testou nesta segunda-feira dois mísseis na região do Estreito de Ormuz, passagem estratégica do tráfego de petróleo, no momento em que os países ocidentais ameaçam reforçar as sanções contra a República Islâmica por seu programa nuclear.

"O míssil terra-mar de longo alcance Ghader foi testado com êxito pela primeira vez", anunciou a agência oficial Irna.

"O Ghader, com alcance de 200 km, construído por especialistas iranianos, atingiu o alvo com êxito e o destruiu", afirmou o almirante Mahmud Mussavi, porta-voz das manobras navais executadas pelo Irã na região do Estreito de Ormuz, por onde circula 35% do tráfego petroleiro marítimo mundial.

"Ghader é um sistema de mísseis ultramoderno com radar integrado, muito preciso, cujo alcance e sistema inteligente para evitar ser detectado foram aperfeiçoados em relação às gerações anteriores", disse.

Pouco depois, o almirante Mussavi anunciou à TV estatal iraniano o "teste com êxito" de um míssil de curto alcance Nasr.

"Um míssil de superfície Nur será lançado à tarde. Este míssil ultramoderno Nur foi aperfeiçoado em seu sistema antirradar e na detecção do alvo", afirmou.

O míssil Nur, que também tem alcance de 200 km, é um derivado do C-802 chinês de 120 a 180 quilômetros de alcance.

No domingo, o Irã anunciou que, no último dia das manobras militares, os navios de guerra da Marinha validariam um novo dispositivo tático que demonstraria a capacidade do país para impedir qualquer tráfego marítimo no Estreito de Ormuz se este for o desejo de Teerã.

O país ameaçou fechar o estreito estratégico no caso de sanções contra suas exportações petroleiras, mencionadas como uma possibilidade pelos Estados Unidos e alguns países europeus.

Observadores de países amigos, em particular militares sírios, acompanham a etapa final das manobras, segundo a imprensa iraniana.

No domingo, a Marinha iraniana testou um míssil mar-ar Mehrab. O projétil, concebido e fabricado pelo Irã, está equipado com a tecnologia mais recente para combater objetivos furtivos e sistemas inteligentes que tentam interferir na trajetória do míssil, segundo Mussavi.

O governo dos Estados Unidos já criticou o "comportamento irracional do Irã" e afirmou que nenhuma perturbação do tráfego marítimo no Estreito de Ormuz seria tolerada.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou nesta segunda-feira que as manobras militares no estreito de Ormuz revelaram seu desespero diante das reforçadas sanções impostas pelos países ocidentais.

"Essas manobras (da semana passada) no estreito de Ormuz, e os tiros de mísseis nesta segunda-feira na mesma região refletem, na minha opinião, o desespero do Irã diante do reforço das sanções", disse Barak em Jerusalém a membros de seu partido, o Atzamaut ("Independência").

Segundo maior país membro da Opep, a economia do Irã depende em 80% das exportações de petróleo.

O presidente americano, Barack Obama, promulgou uma lei sobre o financiamento do Pentágono que reforça as sanções contra o setor financeiro do Irã, em particular o Banco central, com o objetivo de obrigar o país a abandonar o programa nuclear.

Mas Teerã, em mais um desafio à comunidade internacional, anunciou no domingo um avanço no programa nuclear com a produção de barras combustível para reatores nucleares.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declarou que o BC iraniano responderia com força às sanções americanas.

"O Banco Central pode enfrentar as pressões dos inimigos e deve, com força e confiança, ter a solidez para eliminar todos os complôs inimigos", disse.

Apesar da retórica, a moeda iraniana, o rial, prosseguiu nesta segunda-feira na trajetória de queda em relação ao dólar, passando a 16.400 rials por um dólar.