O opositor Partido Nacional do Povo (PNP) venceu as eleições legislativas da Jamaica ao obter a ampla maioria dos assentos no Parlamento, superando os trabalhistas, que governam o país desde 2007, segundo estimativas publicadas na madrugada desta sexta-feira.
De acordo com os primeiros resultados, o PNP, presidido por Portia Simpson Miller, ganhou em 41 das 63 circunscrições, uma vitória contundente ao término de uma campanha centrada na luta contra o crime, a corrupção e a pobreza.
Após a divulgação dos primeiros resultados, às 00H30 GMT (22H30 de quinta-feira de Brasília), os simpatizantes do Partido Nacional do Povo, vestidos com camisas da cor laranja, começaram a chegar ao quartel-general do partido, demonstrando sua alegria no anúncio de conquista de cada novo assento.
No fechamento das urnas, às 22H00 GMT (20H00 de Brasília), mais de 1,6 milhão de eleitores se pronunciaram nestas eleições legislativas. A participação alcançou 75% dos inscritos, contra os 60% que compareceram para votar nas eleições anteriores, disse à AFP um membro da comissão eleitoral.
Nas horas seguintes ao fim da votação, a imprensa local anunciou a vitória esmagadora do PNP, e Portia Simpson Miller, que assumirá como primeira-ministra, prometeu mais transparência em sua gestão.
"Vocês saberão de tudo. Não esconderemos nada de vocês. Agora vocês têm um governo no qual podem confiar", disse Simpson Miller, ao prometer diante de seus seguidores manter "uma sociedade com vocês, com o povo jamaicano, uma sociedade com o setor privado, com os meios de comunicação e com a sociedade civil".
Simpson Miller, cujo partido esteve no poder durante 17 anos, foi a primeira mulher a ocupar brevemente o posto de primeira-ministra em 2006, antes de ter que ceder seu lugar em 2007 ao jovem candidato do Partido Trabalhista (JLP, centro-direita), Andrew Holness, que assumiu o cargo com 39 anos de idade.Holness, disse Simpson Miller, reconheceu sua derrota e me felicitou de "bom grado".
Holness anunciou em uma entrevista divulgada por rádio e televisão que seu partido começará a partir de "amanhã de manhã" sua campanha visando as próximas eleições, em cinco anos.
O JLP pagou o preço da má gestão da extradição aos Estados Unidos do suposto barão de drogas jamaicano, Christopher "Dudus" Coke, em maio de 2010, pelo primeiro-ministro Bruce Golding, cuja renúncia, em setembro, provocou estas eleições antecipadas, que estavam previstas teoricamente para setembro de 2012.
A prisão do narcotraficante pelas autoridades jamaicanas provocou violentos confrontos em maio de 2010 em Kingston entre a polícia e o Exército, por um lado, e os seguidores de "Dudus", pelo outro, em incidentes que deixaram ao menos 76 mortos, obrigando o governo a proclamar o estado de emergência.
A campanha eleitoral culminou oficialmente na terça-feira em meio a episódios de violência. Um tiroteio ocorreu durante um comício do JLP em Westmoreland, no oeste da ilha, deixando um militante do partido morto e outros dois feridos.