Havana - O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou nessa sexta-feira (23) um indulto, por razões humanitárias, para quase 3 mil presos, 86 deles estrangeiros, mas não incluiu na lista o empresário americano Alan Gross, condenado a 15 anos.
"Manifestamos nossa disposição a conceder a liberdade antecipada a 86 cidadãos de 25 países, entre eles 13 mulheres (...) com a condição de que os governos dos países de origem aceitem a repatriação", disse Castro no parlamento. Segundo ele, a medida beneficia "mais de 2,9 mil presos", representa "um gesto humanitário e soberano" de Cuba, e envolve mulheres, doentes, idosos e jovens que superaram seu nível cultural na prisão.
Estão excluídos, "salvo poucas exceções, condenados por espionagem, terrorismo, assassinato, tráfico de drogas, pederastia com violência, assalto a residência, estupro e corrupção de menores", assinalou o presidente.
O empresário Alan Gross foi preso em dezembro de 2009, por oferecer ilegalmente em Cuba tecnologia ligada à internet, e condenado por "crime contra a segurança nacional".
Segundo Castro, o indulto foi concedido a pedido de parentes dos presos, das igrejas Católica e Protestante, e às vésperas da visita do Papa Bento XVI, marcada para março.
O indulto anunciado hoje é o maior em 53 anos de revolução, será aplicado nos próximos dias, e supera o concedido um mês depois da visita do Papa João Paulo II a Cuba, em janeiro de 1998, que compreendeu 299 presos.
O número de prisioneiros cubanos não foi divulgado.