Cairo - O Egito denunciou nesta quarta-feira (21) "ingerências" estrangeiras, depois que a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, criticou o tratamento que o exército deu às mulheres nas recentes manifestações no Cairo.
"O Egito não aceitará nenhuma ingerência em seus assuntos internos", declarou o ministro das Relações Exteriores, Mohammed Amr, perante a imprensa.
O ministro acrescentou que o Cairo quer "esclarecimentos sobre as declarações de autoridades estrangeiras em relação aos assuntos internos do Egito".
No domingo, um jornal egípcio mostrou em sua capa uma fotografia que mostrava soldados arrastando no chão uma manifestante, espancando-a e deixando à mostra seu sutiã e sua barriga. A foto, que se espalhou rapidamente pelas redes sociais, provocou indignação no Egito.
A violência contra as mulheres nas manifestações é indigna da revolução e "desonra o Estado" egípcio, disse nesta segunda-feira a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, que afirmou que estes incidentes eram "muito chocantes".
Na terça-feira, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que dirige o Egito desde fevereiro, expressou seu pesar pelas agressões às mulheres nas recentes manifestações no Cairo.