MADRI - Milhares de professores de ensino médio e pais de alunos voltaram às ruas de Madri neste sábado para protestar contra os cortes na educação pública impostos pelo governo regional.
Camisetas, jalecos, lenços e inclusive uma peruca verde - a cor emblemática deste movimento, que teve início em setembro - invadiram o centro da capital em um ambiente jovial, ao sol de apitos, buzinas e tambores.
Atrás de um enorme cartaz no qual era possível ler "A educação não é gasto, é investimento. Não aos cortes", os manifestantes marcharam, muitos acompanhados por seus filhos, em uma ensolarada tarde até a já emblemática Porta do Sol. "Embora já estejamos muito cansados, pensamos que é importante continuar lutando", afirmou Purificación Esteban, professora de francês de 38 anos.
Desde o início do ano letivo, os professores de ensino médio de Madri já realizaram nove dias de greve contra as medidas de rigor adotadas pelo governo regional do Partido Popular (PP, direita) para reduzir seu déficit público.
Consistem principalmente em um aumento de duas horas letivas por semana, que, segundo os sindicatos, levam à supressão de 3 mil postos de trabalho.
Agora temem que, com a chegada do PP ao governo nacional na próxima semana, em um contexto de grave crise financeira, os cortes se generalizem. "O que está ocorrendo na Comunidade de Madri, onde o PP já governa há muitos anos, vai ser extensivo ao resto do país", afirma Esteban.
Os professores de Madri mostraram assim sua determinação a não desistir, apesar das greves dos últimos meses terem custado a eles perdas de salários de cerca de 1.200 euros por pessoa.