Estrasburgo - O presidente do Parlamento europeu, Jerzy Buzek, entregou solenemente nesta quarta-feira o prestigioso Prêmio Sakharov a militantes da "Primavera Árabe" em uma cerimônia que foi marcada pela ausência de dois premiados sírios.
Através deste prêmio, que com o correr dos anos ganhou a fama de um quase Nobel, o parlamento "reconhece os esforços de todos os que lutam pelas liberdades fundamentais e a mudança política no mundo árabe", destacou Buzek.
Dos cinco premiados, um dele foi a título póstumo. Somente dois dos quatro outros premiados puderam ir a Estrasburgo: a militante egípcia Asmaa Mahfuz, uma das iniciadoras do movimento de contestação que terminou na queda de Hosni Mubarak, e o dissidente líbio Ahmed al Zubair Ahmed al Sanusi, de 77 anos, dos quais 31 passou nas prisões de Muamar Kadhafi.
A cerimônia, na qual participou a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, foi marcada pela ausência dos premiados sírios.
Um deles, o chargista Ali Farzat, se dirigiu aos eurodeputados através de uma mensagem de vídeo transmitida do Kuwait, país onde está refugiado e do qual não pode sair por razões administrativas.
A advogada síria Razan Zeituneh também não pôde viajar a Estrasburgo, pois precisa ficar escondida em seu país, destacou Buzek.
Mas ela também se dirigiu aos deputados através de uma mensagem escrito particularmente emocionante.
Razan Zeituneh dedicou seu prêmio a Ghiyath Matar, um militante morto em consequência da tortura na prisão, em setembro passado, e cuja esposa deu à luz há alguns dias um bebê com seu nome.