Damasco - Uma convocação de greve geral para aumentar a pressão sobre o regime do presidente Bashar al-Assad recebeu grande adesão neste domingo (11) em parte da Síria, principalmente em Homs, um dos focos da revolta.
As lojas foram mantidas fechadas e as ruas ficaram desertas em várias regiões em resposta a uma convocação feita pela oposição, que busca iniciar uma grande campanha de desobediência civil, no momento em que os episódios de violência, que deixaram na sexta-feira e no sábado 55 mortos, custaram a vida pelo menos 13 civis neste domingo em todo o país.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) as forças governamentais mataram quatro civis em Kafar Takharim, na província de Idleb (noroeste).
Um adolescente de 16 anos também perdeu a vida atingido por disparos das forças de segurança em Tafas, na província de Deraa (sul), e outro civil morreu nesta mesma província pouco depois de sua prisão, segundo a mesma fonte.
Cinco civis, entre eles duas crianças, morreram em Homs (centro), cidade cercada por tanques e milhares de soldados, segundo militantes que disseram temer um "massacre" iminente.
Em Duma, perto de Damasco, dois civis, um jovem de 30 anos e uma mulher de 42, foram mortos por atiradores emboscados, segundo o OSDH.
A greve foi "amplamente seguida" na província de Deraa, assim como na maior parte da região de Jabal al-Zawia, na fronteira com a Turquia, de acordo com o OSDH, que mencionou como fonte militantes nessa região.
Em cidades próximas a Damasco, em particular em Harasta, as forças de segurança tentaram abrir à força as lojas fechadas e efetuaram várias prisões. Em Duma, a greve teve quase 90% de adesão, segundo o OSDH.
"A greve teve uma adesão de 100% nos bairros contrários ao regime" em Homs, bastião dos protestos no centro do país, onde as ruas permaneciam desertas neste domingo, de acordo com o OSDH.
Já em Damasco a situação aparentava normalidade. Normalmente, o domingo é dia de trabalho na Síria, onde os dias de descanso são as sextas e os sábados.