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Forças de segurança sírias matam 12 civis a tiros

Nicósia - Doze civis foram mortos a tiros neste sábado na Síria pelas forças de segurança do regime do presidente Bashar al-Assad, no momento em que países ocidentais manifestam suas preocupações frente a uma nova operação contra a cidade de Homs. Estes novos episódios de violência ocorreram na véspera de uma greve geral convocada por militares pró-democracia como parte de uma campanha de desobediência civil.

Três civis foram mortos em Homs (centro) e dois outros em aldeias da província de Deraa (sul), segundo a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres. Homens das forças de segurança atiraram em pessoas que assistiam a funerais, deixando também quatro mortos em Maaret al-Noman, na província de Idleb (noroeste), segundo a OSDH, enquanto três civis morreram e oito ficaram feridos em Hama (centro).

Além disso, três homens sequestrados há três semanas em Harasta, perto de Damasco, com idades de 28, 37 e 38 anos, morreram "sob tortura", acrescentou o OSDH, sem precisar quem poderiam ser os autores desses crimes. Na sexta-feira, 41 civis, entre eles sete crianças, foram mortos pelas forças de segurança durante manifestações contra o regime, em particular perto de Damasco e Homs, ainda segundo o Observatório.

De acordo com a ONU, a repressão à revolta popular contra o regime de Assad deixou mais de 4.000 mortos desde março. Na sexta-feira, o Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes de oposição, disse temer um "massacre" em Homs, alvo de uma repressão violenta há semanas.

"Todas as informações, os vídeos, assim como militantes no local afirmam que o regime se prepara para cometer uma chacina coletiva para fazer calar a revolução a Homs, e apresentar o fato como exemplo para as outras regiões", afirmou o CNS em comunicado.Países ocidentais manifestaram sua preocupação e alertaram o governo da Síria para qualquer ato que afete a população civil.

"A França está profundamente preocupada com as informações relacionadas a uma operação militar de grande envergadura que as forças de segurança sírias preparam contra a cidade de Homs", disse neste sábado o porta-voz da Chancelaria francesa, Bernard Valero.

Estados Unidos e Reino Unido já haviam expressado na sexta-feira sua preocupação com o que ocorre em Homs. A Chancelaria britânica pediu que Damasco "retire imediatamente suas forças" dessa cidade.