SANTIAGO - O Estado chileno indenizará, com três milhões de dólares no total, as famílias das 48 vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1989) cujos restos mortais foram equivocadamente identificados pelo Serviço Médico Legal, informou nesta segunda-feira uma fonte judicial.
A indenização foi acertada entre o Conselho de Defesa do Estado (CDE) e as famílias das vítimas, por meio de um ;acordo extrajudicial;, informou o próprio CDE.
O caso explodiu em 2006, quando famílias de mortos pela ditadura de Pinochet enterrados inicialmente como ;não identificados; no Cemitério Geral de Santiago foram notificadas de que o Serviço Médico Legal havia cometido um engano.
"Ficou acertado pagar 19 milhões de pesos (20.000 dólares) a cada mãe, cônjuge ou companheira, 14 milhões de pesos (15.000 dólares) a cada filho e 4 milhões (5.000 dólares) a cada irmão", informou o Conselho de Defesa do Estado.
O Grupo de Familiares de Presos Desaparecidos criticou o erro do Serviço Médico Legal e destacou a decisão da CDE de indenizar os familiares: "voltamos a viver na prática o desaparecimento; a dor voltou (...), declarou sua presidente, Lorena Pizarro.
Após a admissão do erro, os corpos foram submetidos a novas perícias, no estrangeiro, para sua correta identificação. A ditadura militar chilena deixou mais de 3 mil mortos e desaparecidos.