BAGDÁ - Pelo menos 28 pessoas morreram nesta segunda-feira em atentados contra peregrinos em plena celebração da Ashura, uma das principais festas do xiismo, fato que aumenta a preocupação com a estabilidade no Iraque após a retirada do Exército americano no final do ano.
Seis explosões foram registradas em Bagdá e nas cidades de Hilla e Latifiya, ao sul da capital, incluindo as de dois carros-bomba, segundo fontes de segurança, que indicaram pelo menos 28 mortos e 78 feridos. Outras três bombas em outros dois bairros da capital feriram mais seis pessoas, segundo o Ministério do Interior.
Este é o registro mais pesado de mortes em um só dia desde 27 de outubro, quando 32 pessoas morreram em um duplo atentado em Bagdá.
Dois carros-bomba explodiram em Hilla, 95 km ao sul de Bagdá, e em seus arredores quando havia peregrinos xiitas reunidos para participar das cerimônias religiosas. Nesses ataques, 17 pessoas morreram e 48 foram feridas, segundo fontes policiais. Em Latifiya, 40 km ao sul de Bagdá, uma bomba matou uma pessoa, afirmou outra fonte policial.
Estes ataques foram seguidos da explosão de três bombas que tinham como alvos os peregrinos em Bagdá. A mais violenta causou pelo menos oito mortes e deixou 18 feridos no bairro de Ur, no norte de Bagdá. "Recebemos oito corpos e 18 feridos (procedentes) de uma explosão em Ur", declarou uma fonte de um hospital de Bagdá. Uma fonte policial confirmou o registro.
Outra explosão no bairro de Machtal (leste) deixou pelo menos dois mortos e oito feridos, segundo outra fonte médica. Uma autoridade do Ministério do Interior indicou três mortos e oito feridos.
A terceira explosão, no bairro de Zaafaraniya, feriu pelo menos quatro pessoas, segundo o Ministério do Interior. A Ashura celebra o martírio do Imã Hussein, filho mais novo do profeta Maomé e terceiro Imã xiita, morto em 680 pelas tropas do califa da Arábia Saudita, Yazid, em Kerbala. Os festejos terminam na terça-feira com marchas e procissões.
Milhões de peregrinos se concentram diante dos mausoléus do Imã Hussein e de seu meio-irmão Abbas. Os fiéis se flagelam em sinal de arrependimento por não ter ajudado Hussein. Os xiitas representam 15% dos muçulmanos no mundo. Estão no poder no Iraque e no vizinho Irã.
A retirada das tropas americanas, prevista para antes do final do ano, gera simpatia da opinião pública iraquiana, mas também preocupação sobre a capacidade das forças iraquianas para garantir a segurança e a estabilidade no país.