Roma - Lucio Magri, um dos fundadores do célebre jornal de esquerda Il Manifesto, próximo, no passado, ao Partido Comunista Italiano (PCI), suicidou-se na segunda-feira (29) com a ajuda de um médico na Suíça, informa o diário, assim como o La Repubblica.
Lucio Magri, 79 anos, chegou a viajar duas vezes ao país, com essa intenção, desistindo no último momento, até o deslocamento de sexta-feira, escreve o La Repubblica.
"Uma grande depressão, um lento escorregar no escuro (...), causados pela dor pessoal pela morte da esposa Mara, seu filtro com o mundo, vieram se somar a um fracasso político evidente, aos olhos de todos", prossegue o jornal.
A esposa de Lucio Magri faleceu há alguns anos, vítima de um câncer e o malogro político a que faz referência o La Repubblica é o da extrema-esquerda na Itália, com a marginalização total dos diferentes grupúsculos comunistas. "Magri queria mudar o mundo e o mundo, nos últimos anos, trazia um desmentido insuportável à sua utopia", diz o jornal.
Lucio Magri, que militou, durante a juventude, na Democracia Cristã (DC), filiou-se ao PCI em 1958. Em 1969, com a ajuda de dois outros jovens esquerdistas, fundou Il Manifesto, com a intenção de levantar uma voz crítica dentro do próprio Partido Comunista.
Em 1974, fundou o Partido da Unidade Proletária que, dez anos depois, retornou ao PCI. Seu último livro, "Una possibile storia del PCI", foi publicado em 2009.
A Suíça tolera o suicídio assistido, com algumas condições.
A eutanásia ativa direta (homicício intencional, visando a abreviar os sofrimentos) é proibida, mas não são sujeitas à punição a eutanásia ativa indireta (administrar uma substância cujos efeitos secundários podem reduzir a duração da vida), e a eutanásia passiva (interrupção ou desistência de pôr em prática medidas de manutenção da vida).
O suicídio assistido (a pessoa toma ela própria a dose mortal) é autorizado.