SANTIAGO - Milhares de estudantes chilenos desencadearam nesta quinta-feira (24/11) tumultos em vários pontos de Santiago, durante uma jornada de protestos, a 42; desde o início do conflito em abril, constatou a AFP.
Um grupo de estudantes tentou realizar uma passeata percorrendo a avenida Alameda, mas por não ter recebido uma autorização, foi dissuadido pela Polícia, que após alguns minutos restabeleceu o tráfego na principal via do centro de Santiago.
Outros dois grupos se juntaram na área da Estação Central, a leste do centro de Santiago, enfrentando com pedras e paus a polícia, que revidou os ataques com os mesmos objetos.
A revolta se estendeu por várias horas e terminou com vários estudantes detidos, constataram jornalistas da Agência France-Presse, embora a Polícia não tenha divulgado o número de detidos.
As manifestações antecederam uma marcha que será realizada nas próximas horas como parte de um protesto estudantil exigindo uma educação pública de qualidade que os organizadores pretendem fazer chegar a outras cidades da América do Sul.
"Estes protestos são absolutamente desnecessários. Só geram problemas para as pessoas, que estão dizendo hoje: "Até quando?", declarou o porta-voz do Executivo, Andrés Chadwick.
Os estudantes exigem educação pública gratuita e de qualidade, pois consideram que o país conta com um dos sistemas mais desiguais do planeta, no qual apenas 40% dos estudantes estão matriculados em escolas públicas gratuitas e não existe essa possibilidade em nível universitário, fruto das reformas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Após quase sete meses de protestos, os avanços obtidos pelos estudantes são poucos, frente a um governo -liderado pelo direitista Sebastián Piñera- que promoveu apenas algumas melhorias, mas não uma reestruturação do sistema.