NOVA YORK - Cerca de sete mil pessoas, muitas delas estrangeiras, estão detidas na Líbia, em prisões controladas pelas milícias "brigadas revolucionárias", de acordo com um relatório da Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira.
Mulheres e crianças se encontram entre os detidos e alguns foram, supostamente, torturados, destaca o relatório do secretário geral da ONU, Ban Kin-moon, na prévia da reunião do Conselho de Segurança de segunda-feira, que analisará a reconstrução da Líbia depois da queda do ditador morto Muamar Kadhafi.
Os prisioneiros políticos do regime de Kadhafi foram libertados, mas a estimativa de 7 mil novos presos sem julgamento é uma mostra da "ausência do funcionamento da polícia e da justiça", acrescenta o relatório.
Mesmo assim, o relatório indica que o Conselho Nacional de Transição começou a assumir o controle sobre as milícias, mas "falta muito a fazer para regularizar os processos, evitar os abusos e conseguir a libertação de pessoas, cujas prisões não devem ser prolongadas".
Ban disse, anteriormente, que o governo interino da Líbia tem que enfrentar inúmeros desafios, incluindo a reconciliação nacional, a segurança pública, a proteção dos direitos humanos e a reimplantação dos serviços básicos para a população.