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Síria chegou a ponto sem retorno, afirma presidente turco

Londres - A Síria chegou a um ponto sem retorno na repressão dos protestos pelas forças do regime, afirmou nesta quarta-feira o presidente turco, Abdullah Gul, no segundo dia de sua visita de Estado ao Reino Unido. "O regime sírio continua utilizando a opressão e a violência contra seu próprio povo. A violência gera violência. Infelizmente, a Síria chegou a um ponto sem retorno", declarou Gul em um discurso pronunciado em Londres.

Gul também advertiu sobre as consequências da situação na Síria para o resto da região. "O destino da Síria também é importante para toda a região, porque o país repousa sobre linhas de fratura sectárias", considerou neste discurso em um centro de estudos de política externa. "Se a luta democrática for definida por critérios sectários, religiosos e étnicos, arrastará toda a região ao caos e ao derramamento de sangue", preveniu o presidente turco.

"De fato, não apenas para a Síria, mas para toda a região, temos a responsabilidade de defender a integridade territorial e a unidade política dos países a qualquer preço", afirmou. Na véspera, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, convocou pela primeira vez o presidente sírio Bashar al-Assad a deixar o poder para evitar "um maior derramamento de sangue" no país. A Turquia praticamente cortou seus vínculos com a Síria, sua antiga aliada, em protesto contra a repressão que, de acordo com a ONU, deixou um saldo de cerca de 3.500 mortos desde o início dos protestos, em meados de março.