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Assad volta a desafiar a comunidade internacional

LONDRES - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que o país não se inclinará ante uma intervenção militar internacional contra a repressão do regime à oposição, em uma entrevista ao jornal britânico The Sunday Times.

Assad disse que está totalmente disposto a combater e morrer se for obrigado a enfrentar forças estrangeiras, afirmou sentir pena por cada gota de sangue derramada no país e que o regime deve velar pelo respeito da lei ante grupos armados.

"Meu papel de presidente está na ação, não em discursos ou na pena. Meu papel é pensar as decisões que deveria tomar para evitar mais sangue derramado", declarou.

"A única solução é buscar as pessoas armadas, expulsar os grupos armados, impedir a entrada de armas e munições a partir de países vizinhos, impedir a sabotagem e fazer respeitar a lei e a ordem", completa Assad.

"O conflito continuará e a pressão para submeter a Síria continuará. A Síria não se inclinará", completou.

Assad também acusou a Liga Árabe de criar um pretexto para uma intervenção militar ocidental que, repete, provocaria um "terremoto" na região.

"Uma intervenção militar desestabilizaria toda a região e afetaria todos os países", adverte.

A violência não deu trégua no sábado na Síria, com pelo menos 17 mortos, incluindo 11 civis, antes do fim do ultimato da Liga Árabe para que o regime interrompa a repressão da revolta popular.

"Este ultimato foi para mostrar que há um problema entre os árabes e proporcionar um pretexto aos países ocidentais para uma intervenção militar na Síria", analisa.

Damasco não respondeu oficialmente a Liga Árabe, que deu prazo de três dias sob pena de sanções sanções econômicas, depois de suspender a Síria dos trabalhos da organização.

Segundo uma fonte da Liga Árabe, o prazo concedido ao regime expirava no sábado às 22H00 GMT (20H00 de Brasília).