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Assembleia afegã aceita associação com EUA com condições

CABUL - A Loya Jirga, assembleia tradicional afegã reunida desde quarta-feira em Cabul, aceitou com condições uma associação estratégica entre Afeganistão e Estados Unidos, segundo um comunicado divulgado neste sábado.

Afegãos e americanos negociam a associação que deve definir as modalidades da presença militar em território afegão ao fim da retirada das tropas da coalizão internacional que invadiu o Afeganistão em 2001, prevista para 2014.

"A Jirga decidiu que a associação estratégica é necessária para uma segurança melhor no país", afirma a declaração final lida para os 2.000 delegados reunidos em Cabul por Safia Sidiqqi, porta-voz da assembleia.

"Para o interesse nacional do Afeganistão, a associação estratégica é considerada muito importante", afirma o texto, que enumera as condições determinadas pela assembleia.

Na quarta-feira, ao fazer o discurso de abertura do encontro, o presidente Hamid Karzai mencionou entre as condições o fim dos ataques noturnos e das revistas em casas, assim como a proibição de que os militares americanos possam prender afegãos.

A Loya Jirga também se pronunciou a favor de negociações com os insurgentes talibãs que renunciem ao terrorismo, segundo o comunicado.

No discurso inaugural, Karzai pediu à Loya Jirga a definição de uma nova estratégia de paz com os insurgentes após o assassinato, em 20 de setembro, do mediador com os talibãs, o ex-presidente Burhanuddin Rabbani.

A Loya Jirga reúne os representantes das províncias, das tribos e etnias de forma excepcional para decidir as grandes diretrizes do país.