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Obama se apresenta na Ásia como criador de empregos nos EUA

Nusa Dua - O presidente americano, Barack Obama, que está na Indonésia para uma cúpula asiática, participou nesta sexta-feira da assinatura de um contrato histórico entre a Boeing e uma empresa idonésia e deu destaque à criação de empregos um ano antes da eleição presidencial. "A administração americana (...) tem tido um papel crucial neste acordo", disse Obama na cerimônia de assinatura do contrato de aquisição pela Lion Air de 230 aviões Boeing 737 para distâncias médias. Entre eles, 201 são do modelo 737 MAX, última versão do avião regional mais vendido. O preço de compra chega a aproximadamente 22 bilhões de dólares.

O contrato "contribuirá para a criação de 110.000 postos de trabalho nos Estados Unidos, na Boeing e em seus fornecedores de 43 países", ressaltou a Casa Branca ao anunciar o acordo. Este anúncio é muito oportuno para a popularidade de Barack Obama, abalada pelos problemas na economia e pelo desemprego, que atinge 9%. A encomenda, a maior da história da aviação civil, bateu o recorde registrado pela Boeing no domingo passado: a companhia Emirates comprou 50 modelos 777 para longas distâncias por 18 bilhões de dólares e tem mais algumas opções que podem elevar o total para 26 bilhões de dólares.

O porta-voz da Boeing, Wilson Chow, afirmou que este pedido demonstra o dinamismo da região Ásia-Pacífico. "Esperamos um crescimento do tráfego aéreo de 7% ao ano nos próximos 20 anos", declarou. Chow se recusou a especificar os prazos previstos no contrato. Obama está na Indonésia para consagrar a entrada dos Estados Unidos na Cúpula da Ásia Oriental (EAS), um bloco regional que se reúne neste sábado em Bali e é composto por 18 países, incluindo a China.

A participação de Washington na EAS ocorre depois do anúncio feito por Obama na Austrália de um aumento da presença militar americana no país, localizado às portas da Ásia. O presidente Obama ressaltou esta manhã em Bali a sua intenção de fazer da EAS "o espaço privilegiado para um trabalho conjunto sobre muitos temas, como a segurança marítima e a não-proliferação" nuclear. A China se opôs com firmeza a qualquer intervenção multilateral em seus limites territoriais e rejeitou uma iniciativa filipina nesse sentido na reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que será mantida no sábado em Bali.