Manila - A ex-presidente filipina Gloria Arroyo foi detida nesta sexta-feira (18/11) em um hospital de Manila depois de ser acusada de suposta fraude eleitoral na votação de 2007, informou a polícia. Caso seja declarada culpada, Gloria Arroyo, 64 anos, internada em um hospital de Manila, pode ser condenada à prisão perpétua.
"Agora está sob custódia do distrito policial do sul", anunciou o superintendente de polícia James Bucayo. "Não a transferimos por seu estado de saúde. Apenas estabelecemos uma guarda policial na entrada do quarto", disse o chefe de polícia. Desde o início da semana, Arroyo, que presidiu o país de 2001 a 2010, tentava abandonar as Filipinas, alegando uma emergência de saúde causada por uma estranha doença na medula espinhal.
O governo filipino a impediu de deixar o país, apesar da Suprema Corte ter considerado a proibição inconstitucional. Segundo a Comissão Eleitoral, Gloria Arroyo ordenou uma grande fraude durante as eleições para o Senado em 2007, impedindo assim a vitória de um candidato de oposição. Nas Filipinas, pessoas acusadas de fraude eleitoral aguardam o processo detidas, sem a possibilidade de libertação sob fiança.
A fraude aconteceu em Maguindanao, província pobre do sul do país, dirigida pelo clã Ampatuan, ligado a Gloria Arroyo. O clã Ampatuan comandava de fato a província com uma milícia privada. Vários integrantes da família estão sendo julgados atualmente pelo massacre de 57 pessoas em 2009. O advogado da ex-presidente, Raul Lambino, criticou o governo, que segundo ele impediu a saída da cliente do país de maneira ilegal.
Após nove anos no poder, marcados por suspeitas de corrupção, Gloria Arroyo foi derrotada em maio de 2010 por Benigno Aquino, filho da ex-presidente Corazón Aquino. O novo presidente afirmou que uma de suas prioridades seria colocar Gloria Arroyo à disposição da justiça.