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Militante curdo que sequestrou ferry turco é morto por forças de segurança

Istambul - As forças de segurança turcas mataram neste sábado 912/11) um militante curdo que sequestrou com uma falsa bomba no Mar de Mármara um ferry turco com 24 pessoas a bordo, que foram resgatadas sãs e salvas.

As forças de segurança tomaram por assalto o barco durante a madrugada e mataram um homem de cerca de 30 anos, que não possuía a bomba com que ameaçou os passageiros no início do sequestro.

O suposto membro do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), segundo o ministro turco de Transportes, Binali Yildirim, iniciou o sequestro do ferry 17h GMT (15h Brasília).

O ministro afirmou que 19 passageiros e quatro tripulantes estavam a bordo do "Kartepe", um ferry que conecta as cidades de Izmit e G;lcük, no mar de Mármara.

O barco foi desviado para o sudoeste, e dispunha de combustível suficiente para um trajeto entre 100 e 120 milhas náuticas (185 a 220 km), afirmou o ministro. Mas o canal de televisão NTV informou terem enviando combustível para Tekirdag, na costa norte do mar de Mármara, próximo de onde o ferry se encontrava.

Os 24 passageiros do ferry foram libertados "sãos e salvos", segundo o governador de Istambul, Husseyin Avni Mutlu, falando ao canal NTV, quando também precisou que o pirata era membro de uma organização terrorista, que, na terminologia oficial, designa o PKK.

O sequestrador, ao contrário do que anunciou no início do sequestro, não portava explosivos, indicou Ercan Topaca, governador de Kocaeli, a província de onde o ferry partiu.

"Só encontramos com o corpo alguns cabos e uma garrafa que parecia uma bomba", acrescentou. Segundo ele, um possível cúmplice do sequestrado foi detido em Izmit, em Koacaeli.

Mutlu, por sua vez, afirmou que o sequestrado atuou sozinho.

O barco sequestrado se deslocou durante horas no mar de Mármara e depois se deteve em sua parte europeia, a oeste de Istambul, onde ficou dando voltas até ficar sem combustível.

Pouco antes do desenlace do sequestro, várias lanchas da Guarda Costeira cercaram o barco, segundo imagens das tvs turcas.

A imprensa turca trabalha com a hipótese de que o sequestrador tinha a intenção de desviar a embarcação para a ilha de Imrali, onde se encontra a prisão na qual cumpre pena perpétua o líder do PKK, Abdullah ;calan.

Frequentemente são realizadas manifestações em diferentes cidades da Turquia em apoio a ;calan, que, apesar de preso, continua sendo chefe do PKK.

A tensão sobre a questão curda, uma comunidade de cerca de 15 milhões de pessoas para uma população total na Turquia de 73 milhões, aumentou nos últimos meses.

Os atentados contra a polícia o exército e as operações militares e prisões de simpatizantes do se sucedem.

O exército turco lançou no final de outubro uma importante ofensiva no leste do país e no norte do Iraque, para onde recuaram os rebeldes do PKK, considerada uma organização terrorista pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia.

O PKK reclama a independência do Curdistão e iniciou uma luta armada em 1984.