HONOLULU - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, denunciou nesta quinta-feira (10) o tratamento dado por Pequim aos tibetanos, depois de várias imolações de religiosos budistas em protesto pela repressão religiosa no Tibet, antes de uma reunião com seu colega chinês em Honolulu, Havaí.
Hillary e seu colega chinês Yang Jiechi participarão de um encontro nesta quinta-feira em meio à reunião anual do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ocorrerá até domingo no Havaí, Estados Unidos. "Quando vemos notícas de advogados, artistas e outros que são presos ou estão desaparecidos, os Estados Unidos falam publicamente e em privado" com a China, disse Hillary em um discurso no Centro de Análise Leste-Oeste nesta quinta-feira (hora local do Havaí).
"Estamos alarmados com os recentes incidentes no Tibet, onde jovens colocaram fogo em si mesmos em atos desesperados de protesto, além da prisão domiciliar que continua para o advogado chinês Chen Guangcheng", declarou. "Continuamos pedindo que a China siga outro caminho", concluiu Hillary.
Hillary é a mais alta autoridade americana a manifestar publicamente sua preocupação sobre o Tibet e o caso de Chen nos últimos meses.
Desde que, em março, um jovem bonzo do monastério de Kirti, na província chinesa de Sichuan (sudoeste), suicidou-se com fogo para protestar contra a repressão religiosa, onze monges e religiosas budistas de áreas etnicamente tibetanas seguiram seu exemplo, dos quais ao menos sete morreram.
Chen, um advogado que é cego desde a infância, esteve quatro anos preso após documentar abortos de mulheres em estado de gestação avançado, e esterilizações forçadas em meio à política chinesa de permitir apenas um nascimento por casal. Está agora em prisão domiciliar.