Roma - Milhares de italianos, convocados pelo Partido Democrata, principal força da oposição de esquerda, se manifestaram neste sábado em Roma sob o lema "a Constituição italiana, a mais bela do mundo", para exigir a renúncia do chefe de governo, Silvio Berlusconi.
[SAIBAMAIS]"Silvio, vá embora", ou "Quanto antes o colocarmos na porta, melhor será" foram alguns dos cartazes exibidos pelos manifestantes, que se reuniram em frente a um palco decorado com as cores da bandeira italiana (verde, branco e vermelho).
Os slogans mais repetidos pelos manifestantes foram os de "vergonha" e "renúncia".
Muitos dos cartazes exibidos reagiram também às declarações de Berlusconi da véspera, em Cannes, durante a cúpula do G20, nas quais o presidente italiano afirmou que a crise em seu país "não é forte" porque "todos os restaurantes e os aviões estão cheios".
"Eu vou ao restaurante, mas para lavar os pratos", dizia um dos cartazes.
O líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, qualificou a mobilização de "força enorme" reunida na praça San Giovanni de Roma.
Após cantar o hino nacional, Bersani exigiu mais uma vez a demissão de Berlusconi, afirmando que a "Itália se encontra na vertente mais exposta da crise devido à política de um governo incapaz".
"Para a reconstrução do país convocamos os italianos a nos entregar o desafio de governar. Mostraremos que podemos ser um partido de reformas", disse Bersani.
O dirigente prometeu "restituir à Itália o status que perdeu", em referência à vigilância especial da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional sobre os compromissos orçamentários e as reformas.
Berlusconi desmentiu categoricamente na noite deste sábado qualquer possibilidade de demissão, ironizando sobre os governos de pós-guerra na Itália que duravam apenas "onze meses em média".
"Lamento decepcionar os nostálgicos da Primeira República, quando os governos duravam em média 11 meses", disse o presidente do Conselho. "Nos palácios romanos prosperam os boatos sobre apenas um tema: a demissão deste governo (...) mas tenho responsabilidades para com os eleitores deste país".
Este sentido de responsabilidade "nos impõe, assim como ao governo, continuar a batalha de civilização que travamos em um momento difícil da crise", concluiu.