PERTH, 30 outubro 2011 (AFP) - Os líderes dos 54 Estados membros da Commonwealth (Comunidade Britânica), que representam dois bilhões de pessoas na Grã-Bretanha e em suas antigas colônias, encerraram uma reunião de cúpula neste domingo sem um acordo sobre a democracia e os direitos humanos.
Reunidos desde sexta-feira em Perth (Austrália) na presença da rainha Elizabeth II da Inglaterra, os chefes de Estado e de Governo da Commonwealth concluíram o encontro neste domingo com um fracasso em um tema importante.
"Certas discussões não foram fáceis. Encontrar um consenso em uma organização tão diversa como a Commonwealth nunca foi simples", declarou a primeira-ministra australiana Julia Gillard.
Um comitê de "personalidades eminentes" da organização apresentou uma proposta para a criação de um alto comissariado para a democracia, que examinaria questões de direitos humanos, entre outras. Os direitos das minorias sexuais foram um dos pontos de divergência.
O projeto foi rejeitado por falta de consenso. Os Estados voltarão a examinar a situação em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores em setembro de 2012.
A proposta foi mal recebida por países que rejeitam interferências em suas políticas de governo, como África do Sul, Índia e Sri Lanka, que será anfitrião da próxima reunião de cúpula em 2013 e é acusado de crimes de guerra durante a repressão da insurgência dos tigres tâmeis.
Durante a reunião, os 16 países da Commonwealth que têm Elizabeth II como chefe de Estado aprovaram uma mudança nas regras de sucessão do trono da Inglaterra, para permitir ao primogênito do rei ou da rainha que seja o monarca, independente do sexo.
Também adotaram uma reforma para permitir ao herdeiro real que se case com uma católica sem renunciar à coroa.