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Fidel Castro condena 'assassinato' de Kadafi e 'papel genocida' da Otan

Havana - O líder cubano Fidel Castro condenou nesta segunda-feira o "assassinato" do líder líbio Muamar Kadafi e o "papel genocida" da Otan, aliança que classificou como "o mais pérfido instrumento de repressão" da história, segundo um artigo publicado na imprensa local.

Kadafi "foi ferido gravemente pelos mais modernos caça-bombardeiros da Otan que interceptaram e inutilizaram seu veículo, capturado ainda vivo e assassinado pelos homens qeu esta organização militar armou", disse Castro, de 85 anos, em seu artigo denominado "O papel genocida da Otan".

"Seu cadáver foi sequestrado e exibido como troféu de guerra, uma conduta que viola os mais elementares princípios das normas muçulmanas e outras crenças religiosas que prevalecem no mundo", acrescentou o líder comunista, afastado do poder desde julho de 2006 por uma crise de saúde.

Em seu comentário, Castro atacou a Otan, considerando-a uma "brutal aliança militar" que "se tornou o mais pérfido instrumento de repressão que a história da humanidade já conheceu".

"Assumiu este papel repressivo global tão logo a URSS, que havia servido aos Estados Unidos de pretexto para criá-la, deixou de existir", mas "seu propósito criminoso se fez evidente na Sérvia", em 1999, quando "os países desta nefasta organização (...) enviaram suas tropas em apoio aos separatistas kosovares" em seus "esforços para desintegrar a Iugoslávia", afirmou.

Castro, que escreveu uma dezena de artigos sobre o conflito que levou à morte de Kadafi na quinta-feira, disse que "se anuncia que muito em breve a Líbia será declarada ;Estado democrático e defensor dos direitos humanos;", e prometeu voltar sobre estes "importantes e significativos fatos".

Em um destes artigos, publicado no dia 28 de abril, Castro advertiu que os bombardeios da Otan na Líbia atiçavam "um fogo" que poderia "queimar todos" e que se Kadafi resistisse, passaria "para a história".