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Alto comissariado da ONU pede investigação sobre a morte de Muamar Kadafi

Genebra - O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu nesta sexta-feira (21/10) uma investigação sobre as circunstâncias da morte do ex-dirigente líbio Muamar Kadafi.

"A respeito da morte de Kadafi ontem (quinta-feira), as circunstâncias ainda não são claras. Nós consideramos que é necessária uma investigação", declarou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, em referência aos vídeos que foram divulgados pelos meios de comunicação.

"Deveria acontecer uma investigação diante do que vimos ontem (quinta-feira)", insistiu, antes de acrescentar que os "dois vídeos que mostram Kadafi são muito inquietantes".

Mas Colville não indiciou quem deveria assumir a investigação. Ele apenas recordou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU determinou este ano a criação de uma comissão de especialista para analisar casos de violência na Líbia. "A morte de Kadafi coloca um ponto final a oito meses de extrema violência e de sofrimentos para o povo líbio".

"Uma era começa na Líbia, que deve responder às aspirações do povo, em particular em termos de direitos humanos", completou.

[SAIBAMAIS]O ex-ditador líbio, que estava foragido desde a queda de Trípoli em agosto, foi capturado com vida na quinta-feira perto de sua cidade natal, Sirte (360 km ao leste de Trípoli), e morto a tiros em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Ele foi o primeiro dirigente árabe a morrer desde o início da "primavera árabe", uma sequência de revoltas populares contra os regimes autoritários na Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Iêmen e Bahrein.