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Sarkozy não esconde a felicidade de ser pai, em meio a muito trabalho

PARIS - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta quinta-feira, numa visita ao oeste do país, como candidato às eleições do ano que vem, estar sentindo uma "alegria particular", no dia seguinte do nascimento da filha, transmitindo, ao mesmo tempo, a imagem de um pai atento e de dirigente ocupado em tentar salvar o euro. "Sentimos uma grande felicidade. Todos os pais aqui presentes podem compreender nossa alegria", afirmou o presidente para a imprensa, em seguida a um discurso informal para trabalhadores de um centro de tratamento de resíduos no oeste do país.

Sua esposa, Carla Bruni-Sarkozy, deu à luz uma menina, no início da noite de quarta-feira. Nicolas Sarkozy foi à clínica logo após o anúncio, procedente de Frankfurt, onde participava da reunião de dirigentes europeus sobre a crise da dívida.

Voltou a visitá-las na manhã desta quinta-feira, permanecendo cerca de uma hora na clínica ;La Muette;, num bairro chique de Paris, antes de partir para uma visita programada ao oeste da França. Sobre o nome da criança, Nicolas Sarkozy prefere "deixar para a mãe o prazer de escolhê-lo".

A primeira-dama da França, Carla Bruni Sarkozy é ex-modelo e cantora, de 43 anos, com quem Sarkozy contraiu terceiras núpcias em 2 de fevereiro de 2008.

O presidente francês, de 56 anos, é pai de três varões: Pierre, de 26 anos, e Jean, de 25, filhos do primeiro casamento, com Marie Dominique Culioliu; Louis, de 14 anos, nasceu de sua segunda esposa Cecilia Ciganer Albeniz. Carla Bruni tem um menino de dez anos, Aurélien, fruto de uma relação anterior com o professor de filosofia francês Raphael Enthoven.

Em dezembro de 2010 as revistas de moda e beleza informavam que, durante viagem à Índia, a primeira-dama francesa consultou um religioso especialista em fertilidade, Pirzada Raees Miyan Chishti, quem confirmou o futuro nascimento, apesar da idade da mãe. Nunca houve um anúncio oficial da gravidez, da qual se soube através de seu sogro, Pal Sarkozy, , no dia 17 de maio.

Dias depois, a primeira-dama da França punha fim aos rumores mostrando o ventre ainda incipiente a fotógrafos e às câmaras de televisão de todo o mundo que cobriam, em Deauville, uma reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo do G8, então presidida pela França.

Há semanas, Carla Bruni advertiu que não mostraria fotos de seu bebê e que não o exporia aos meios de comunicação, ao contrário dos primeiros meses junto ao presidente francês, quando foram fotografados na Jordânia com o primeiro filho dela nos ombros do presidente.

O jornal francês Le Figaro (direita), seu principal apoio na imprensa nacional, afirmava nesta quinta-feira que o presidente francês "decidiu acabar com o dossiê na mídia intitulado ;vida privada; que inaugurou há dez anos anos". "Nós sofremos muito com os boatos, Carla e eu", confiou Sarkozy ao jornal.

Mas, ao não modificar sua agenda e chegar à clínica carregado de papéis nos braços, Nicolas Sarkozy quis também transmitir a imagem de um dirigente que não abandona os negócios do país, neste período de grave crise do euro. No momento em que Carla Bruni entrava na sala de parto, ele estava em Frankfurt reunido com a chanceler alemã e vários dirigentes europeus, preparando a cúpula do próximo domingo, em Bruxelas.

A presidência francesa se absteve de fazer qualquer comentário oficial, mas os políticos amigos de Sarkozy se encarregaram de transmitir a mensagem de que o presidente trabalha, apesar do nascimento da filha, à qual não deixou de visitar. "O presidente da República não poupa esforços, trabalhando muito, apesar da felicidade com o nascimento, e da grande alegria que acaba de lhe dar a esposa", declarou o prefeito de Marselha, Jean Claude Gaudin.

O ministro da Defesa, Gérard Longuet, elogiou igualmente a atitude de Nicolas Sarkozy: "um presidente que está de bem de cabeça e com a vida é um presente para nosso país.